Cristãos congolenses protestam contra o presidente Joseph Kabila
No último domingo (21), seis pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas em protestos contra o governo na capital da República Democrática do Congo, Kinshasa. A manifestação foi convocada por uma organização católica (CLC), mas seguida por muitos cristãos protestantes. A população pede que o presidente Joseph Kabila deixe o poder. Como a constituição permite apenas dois mandatos presidenciais de cinco anos cada, Kabila deveria ter saído em 2016, mas o governo adiou as eleições.
Assim, em 31 de dezembro de 2016, a Igreja Católica e outros líderes religiosos assinaram um acordo concedendo ao presidente mais um ano no poder. Após esse período, que expirou em 31 de dezembro de 2017, ele deveria deixar o poder pacificamente e permitir eleições democráticas. Mas em novembro, o governo adiou as eleições novamente.
Por causa disso, a CLC convocou manifestação em nível nacional para o último dia 31 de dezembro. Muitos cristãos se uniram aos protestos e pelo menos 12 pessoas foram mortas nesse dia. Depois convocaram novos protestos para o último dia 21. A polícia se espalhou por todo país mesmo antes dos cultos e missas de domingo de manhã. Quando os cristãos deixavam a igreja, prontos para protestar, com Bíblias e folhas de palmeiras nas mãos, foram proibidos de sair. Gás lacrimogêneo foi lançado em algumas das grandes igrejas na capital.
A primeira morte aconteceu quando a polícia atirou com munição real contra a entrada de uma grande igreja, impedindo os fiéis de sair e começar a manifestação. Outros manifestantes foram dispersados e detidos pela polícia. Mas isso não impediu que os líderes da igreja deixassem seus pedidos para que Kabila deixe o poder, permita que um presidente interino assuma, e realize eleições a nível nacional o quanto antes.
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